segunda-feira, 11 de março de 2013

Palavra de Vida – março de 2013




“Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra” (Jo 8,7)

Jesus ensinava no templo quando foi procurado pelos escribas e fariseus que, trazendo-lhe uma mulher apanhada em adultério, disseram-lhe: “A lei de Moisés nos manda apedrejar mulheres como esta. E tu, o que dizes?” (Jo 8,5)
   Queriam, com isso, armar-lhe uma cilada. Se Jesus se manifestasse contrário à lapidação, poderiam acusá-lo de agir contra a lei, segundo a qual as testemunhas oculares do delito deveriam ser os primeiros a apedrejar a mulher adúltera, sendo seguidos pelo povo. Se, por outro lado, Jesus confirmasse a sentença de morte, teriam conseguido fazê-lo cair em contradição com sua doutrina sobre a misericórdia divina para com os pecadores.
Mas, Jesus, que estava abaixado e traçava sinais no chão com o dedo – demonstrando assim sua tranquilidade –, levantou-se e disse:

“Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra”.

Diante dessas palavras de Jesus os acusadores se retiraram um a um, começando pelos mais velhos. O Mestre, dirigindo-se à mulher, perguntou: “Onde estão os outros? Ninguém te condenou?” Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Então Jesus disse: “Eu também não te condeno. Podes ir, e não voltes a pecar”. (Cf. Jo 8,10-11)

Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra”.

Com essas palavras, Jesus evidentemente não se demonstra tolerante em relação ao mal, como nesse caso do adultério. As suas palavras: “Podes ir, e não voltes a pecar”, revelam claramente qual é o mandamento de Deus.
Jesus quer desmascarar a hipocrisia do homem que se arroga como juiz da irmã pecadora, não se reconhecendo também ele como pecador. Evidencia assim, com suas palavras, a conhecida sentença: “Não julgueis, e não sereis julgados; de fato, sereis julgados com o mesmo julgamento com que julgardes.” (Mt 7,1-2)
Falando dessa forma, Jesus interpela também aquelas pessoas que condenam os outros de forma incondicional, sem levar em consideração o arrependimento que pode brotar no coração do culpado. E mostra claramente qual é o seu comportamento diante de quem fracassa: ter misericórdia. Quando todos se afastam da adúltera, “ficam apenas dois – diz Santo Agostinho, bispo de Hipona –: a miséria e a misericórdia” (cf. Comentário do Evangelho de João, 33,5).

“Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra”.

Como podemos colocar em prática essa Palavra?
Lembrando-nos, diante de qualquer irmão ou irmã, que também nós somos pecadores. Todos nós já pecamos e, mesmo quando nos parece não ter cometido faltas graves, devemos sempre nos lembrar que para nós é difícil avaliar o peso das circunstâncias que levaram outros a cair a tal ponto, a afastar-se tanto de Deus. Como nos teríamos comportado nós, se estivéssemos no lugar deles?
Também nós, vez por outra, já rompemos o liame de amor que devia nos unir a Deus, e não fomos fiéis a Ele.
Se Jesus, o único homem isento de pecado, não jogou a primeira pedra na adúltera, muito menos podemos nós fazê-lo, contra quem quer que seja.
Portanto: devemos ter misericórdia para com todos e reagir contra certos impulsos que nos levam a condenar sem dó nem piedade; devemos saber perdoar e esquecer. Não guardar no coração resíduos de julgamentos ou de ressentimentos, onde podem se abrigar a ira e o ódio que nos afastam dos irmãos; devemos ver cada um como se fosse uma pessoa nova.
Se, em lugar do juízo e da condenação, tivermos no coração o amor e a misericórdia para com todos, ajudaremos cada um a iniciar uma vida nova e lhe transmitiremos, em cada situação, a coragem necessária para recomeçar.
Chiara Lubich


Esta Palavra de Vida foi publicada originalmente em março de 1998

Palavra de Vida – março de 2013




“Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra” (Jo 8,7)

Jesus ensinava no templo quando foi procurado pelos escribas e fariseus que, trazendo-lhe uma mulher apanhada em adultério, disseram-lhe: “A lei de Moisés nos manda apedrejar mulheres como esta. E tu, o que dizes?” (Jo 8,5)
   Queriam, com isso, armar-lhe uma cilada. Se Jesus se manifestasse contrário à lapidação, poderiam acusá-lo de agir contra a lei, segundo a qual as testemunhas oculares do delito deveriam ser os primeiros a apedrejar a mulher adúltera, sendo seguidos pelo povo. Se, por outro lado, Jesus confirmasse a sentença de morte, teriam conseguido fazê-lo cair em contradição com sua doutrina sobre a misericórdia divina para com os pecadores.
Mas, Jesus, que estava abaixado e traçava sinais no chão com o dedo – demonstrando assim sua tranquilidade –, levantou-se e disse:

“Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra”.

Diante dessas palavras de Jesus os acusadores se retiraram um a um, começando pelos mais velhos. O Mestre, dirigindo-se à mulher, perguntou: “Onde estão os outros? Ninguém te condenou?” Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Então Jesus disse: “Eu também não te condeno. Podes ir, e não voltes a pecar”. (Cf. Jo 8,10-11)

Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra”.

Com essas palavras, Jesus evidentemente não se demonstra tolerante em relação ao mal, como nesse caso do adultério. As suas palavras: “Podes ir, e não voltes a pecar”, revelam claramente qual é o mandamento de Deus.
Jesus quer desmascarar a hipocrisia do homem que se arroga como juiz da irmã pecadora, não se reconhecendo também ele como pecador. Evidencia assim, com suas palavras, a conhecida sentença: “Não julgueis, e não sereis julgados; de fato, sereis julgados com o mesmo julgamento com que julgardes.” (Mt 7,1-2)
Falando dessa forma, Jesus interpela também aquelas pessoas que condenam os outros de forma incondicional, sem levar em consideração o arrependimento que pode brotar no coração do culpado. E mostra claramente qual é o seu comportamento diante de quem fracassa: ter misericórdia. Quando todos se afastam da adúltera, “ficam apenas dois – diz Santo Agostinho, bispo de Hipona –: a miséria e a misericórdia” (cf. Comentário do Evangelho de João, 33,5).

“Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra”.

Como podemos colocar em prática essa Palavra?
Lembrando-nos, diante de qualquer irmão ou irmã, que também nós somos pecadores. Todos nós já pecamos e, mesmo quando nos parece não ter cometido faltas graves, devemos sempre nos lembrar que para nós é difícil avaliar o peso das circunstâncias que levaram outros a cair a tal ponto, a afastar-se tanto de Deus. Como nos teríamos comportado nós, se estivéssemos no lugar deles?
Também nós, vez por outra, já rompemos o liame de amor que devia nos unir a Deus, e não fomos fiéis a Ele.
Se Jesus, o único homem isento de pecado, não jogou a primeira pedra na adúltera, muito menos podemos nós fazê-lo, contra quem quer que seja.
Portanto: devemos ter misericórdia para com todos e reagir contra certos impulsos que nos levam a condenar sem dó nem piedade; devemos saber perdoar e esquecer. Não guardar no coração resíduos de julgamentos ou de ressentimentos, onde podem se abrigar a ira e o ódio que nos afastam dos irmãos; devemos ver cada um como se fosse uma pessoa nova.
Se, em lugar do juízo e da condenação, tivermos no coração o amor e a misericórdia para com todos, ajudaremos cada um a iniciar uma vida nova e lhe transmitiremos, em cada situação, a coragem necessária para recomeçar.
Chiara Lubich


Esta Palavra de Vida foi publicada originalmente em março de 1998