Caríssimos,
Neste mês de Janeiro religiosos de diversos países e carismas se encontraram na Fazenda da Esperança em Guaratinguetá-SP para uma "escola" de aprofundamento na vida do ideal da unidade e convivência.
Nesta escola aprofundamos o tema do ano vivido pelo Movimento dos Focolares :
" O outro: diferente de mim, igual a mim"
Além da presença de 16 carismas diferentes contamos com a presença do Focolarino Allan que nos introduziu nas realidades vividas pelo movimento em todo o mundo .
Tivemos também a oportunidade de vivermos os pontos da espiritualidade da unidade em meio à natureza e repletos de oportunidades para a prática do Evangelho.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Palavra de Vida – fevereiro de 2013
“Sabemos que passamos da morte para a vida, porque
amamos os irmãos.” (1Jo 3,14)
O
apóstolo João escreve às comunidades cristãs por ele fundadas, num momento em
que passavam por sérias dificuldades. De fato, começavam a insinuar-se as
heresias e as falsas doutrinas em matéria de fé e de moral e, além do mais, os
cristãos tinham de viver num ambiente pagão, duro e hostil ao espírito do
Evangelho.
Querendo
ajudá-los, o apóstolo lhes indica o remédio radical: amar os irmãos, viver o
mandamento do amor recebido desde o início, no qual ele considera resumidos
todos os mandamentos.
Agindo
assim, os cristãos conhecerão o que é “a vida”, isto é, serão introduzidos cada
vez mais na união com Deus, farão a experiência de Deus Amor. Passando por essa
experiência, serão confirmados na fé e poderão enfrentar todos os ataques,
sobretudo em tempos de crise.
“Sabemos que passamos da morte para a vida, porque
amamos os irmãos.”
“Sabemos...”.
O apóstolo se refere a um conhecimento que vem da experiência. É como se
dissesse: nós experimentamos isso, nós o tocamos com as mãos. É a experiência
que fizeram os cristãos por ele evangelizados, quando se converteram; ou seja:
quando se coloca em prática os mandamentos de Deus, em particular o mandamento
do amor para com os irmãos, se entra na própria vida de Deus.
Mas será
que os cristãos de hoje conhecem essa experiência? Certamente eles sabem que os
mandamentos do Senhor têm uma finalidade prática. Jesus insiste continuamente
que não basta ouvir, mas é preciso colocar em prática a Palavra de Deus (cf. Mt 5,19; 7,21.24.26).
Por outro
lado, o que não é ponto pacífico para a maior parte dos cristãos – ou por não
saberem ou por terem disso um conhecimento meramente teórico, isto é, sem tê-lo
experimentado – é esse aspecto maravilhoso da vida cristã, evidenciado aqui
pelo apóstolo. Isto é: quando nós vivemos o mandamento do amor, Deus toma posse
do nosso ser; e o sinal inconfundível disso é aquela vida, aquela paz, aquela
alegria que Ele nos fez saborear já aqui na Terra. Então, tudo se ilumina, tudo
se torna harmonioso. Não existe mais separação entre a fé e a vida. A fé torna-
se aquela força que permeia e liga entre si todas as nossas ações.
“Sabemos que passamos da morte para a vida, porque
amamos os irmãos.”
Essa
Palavra de Vida nos diz que o amor ao próximo é o caminho régio que nos leva a
Deus. Visto que somos todos filhos seus, nada Ele deseja mais do que o nosso
amor aos irmãos. Não lhe podemos dar maior alegria do que aquela que lhe damos
quando amamos nossos irmãos.
E, uma
vez que o amor fraterno nos traz a união com Deus, ele é uma nascente
inesgotável de luz interior, é fonte de vida, de fecundidade espiritual, de
renovação contínua. Ele impede que no povo cristão se formem gangrenas, escleroses,
estancamentos; numa palavra, ele “nos faz
passar da morte para a vida”. Quando, pelo contrário, não existe a
caridade, tudo murcha e morre. Então, se compreendem certos sintomas tão
difundidos no mundo em que vivemos: a falta de entusiasmo e de ideais, a
mediocridade, o tédio, o desejo de fugir, a perda de valores, etc.
“Sabemos que passamos da morte para a vida, porque
amamos os irmãos.”
Os
irmãos, aos quais se refere aqui o apóstolo, são sobretudo os membros da
comunidade a que pertencemos. Se é verdade que devemos amar a todas as pessoas,
não é menos verdade que esse nosso amor deve começar por aqueles que
habitualmente vivem conosco, para depois se estender a toda a humanidade.
Devemos, portanto, preocupar-nos primeiramente com os nossos familiares, os
nossos colegas de trabalho, os membros da paróquia, da associação ou comunidade
religiosa à qual pertencemos. O amor aos irmãos não seria autêntico e bem
ordenado se não começasse por aqui. Onde quer que estejamos, somos chamados a
construir a família dos filhos de Deus.
“Sabemos que passamos da morte para a vida, porque
amamos os irmãos.”
Esta
Palavra de Vida nos abre perspectivas imensas. Ela nos impulsiona na divina
aventura do amor cristão, que tem desdobramentos imprevisíveis. Antes de tudo
nos lembra que, num mundo como o nosso, onde se teoriza a luta, a lei do mais
forte, do mais esperto, do mais inescrupuloso, e onde às vezes tudo parece
paralisado pelo materialismo e pelo egoísmo, a resposta a ser dada é o amor ao
próximo. É esse o remédio que pode curar o mundo. De fato, quando vivemos o
mandamento do amor, não só a nossa vida se fortalece, mas tudo ao nosso redor
sente a influência. É como uma onda de calor divino, que se irradia e se
propaga, impregnando as relações entre as pessoas e entre os grupos,
transformando aos poucos a sociedade.
Sendo
assim, vamos decidir-nos! Todos nós temos e sempre teremos irmãos a serem
amados em nome de Jesus. Permaneçamos fiéis a esse amor. Ajudemos muitos outros
a fazer o mesmo. Assim, experimentaremos em nossa alma o que significa a união
com Deus. A nossa fé se reacenderá, as dúvidas desaparecerão, não saberemos
mais o que é o tédio. A vida será plena, plena.
Chiara Lubich
Esta Palavra de Vida foi publicada originalmente em
maio de 1985.
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